segunda-feira, 6 de abril de 2015

Ser, ter, ter ou ser?


Lendo um artigo da revista Valor Econômico que tinha como título, ""Brasileiros gostariam de ter se preparado melhor para aposentadoria", e tendo uma empresa com foco específico para planejamento financeiro, tive uma impressão tão negativa a respeito dos fatos, uma perspectiva de que os objetivos coletivos estão cada vez mais padronizados e nunca estiveram tão explícitos como hoje. A mensagem que recebemos todos os dias de conhecidos, pessoas que se dizem "líderes" e grande parte dos parentes não ultrapassa a superficialidade de que É PRECISO TER PARA SER.


De acordo com músicos, que não são nada, além de "Transmissores Culturais" meros espelhos da sociedade:

"Ostentação fora do normal, quem tem motor faz amor, quem não tem passa mal" (Mc Daleste)

Acredite era essa a música mais ouvida 2 anos atrás por adolescentes e universitários por todo o estado de São Paulo, refletindo a cultura impregnada e até então escondida no discurso do pai preocupado que dizia:

- Faça Medicina pois é um curso que salva vidas, enfermagem não é tão importante quanto medicina - quando lá no fundo a mensagem era:
- Filho, faça medicina, você quer salvar vidas correto? Então porque não fazer isso ganhando muito dinheiro? Deixe enfermagem pra lá, vai ganhar dinheiro sendo médico, tendo sua própria clínica!


Posso agora parecer radical demais, mas lá no fundo todos sabemos que o TER é o objetivo principal, confundimos até o AMOR e chamamos nossas companheiras ou companheiros de MINHAS ou MEUS, o ciúme desenfreado nada mais é do que reflexo do sentimento de posse. 

Aprendi, sei lá, nos meus 23 anos e meio de vida quase 24, com dois relacionamentos que o amor não prende, o amor nos liberta. Como considerar como seu, alguém com sentimentos que a qualquer momento pode simplesmente ir?

 Encontramos diversos pseudo amores e confundimos, temos sentimento de procurar alguém que nos complete, nos transborde e esquecemos a essência do amor que não tem PREÇO mas tem um VALOR inestimável, é o simples fato de ser de GRAÇA, é querer completar alguém, querer transbordar alguém, ser aquele desconhecido na Praça da República que distribui sorrisos, que deseja levar o seu melhor aos outros sem esperar nada em troca, não se resume à relacionamentos, amor deve ser sim distribuído e praticado à qualquer um, inclusive à quem odiamos, isso não é desvalorizar o amor, é aplicá-lo da fora mais simples e verdadeira possível, é SER aquele que planta mais amor do que colhe, aquele que tem o desejo de ser, sem ser aquilo que tem.

Termino meu primeiro post, com uma citação extremamente forte e que reflete um pouco do que tenho visto, e fica para que vocês possam pensar a respeito.


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